terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Rede Não Bata, Eduque! Lança Campanha

A Rede Não Bata Eduque lança uma nova campanha nacional com o objetivo de mostrar que bater em criança não é um instrumento pedagógico, e sim uma ameaça ao desenvolvimento infantil. A campanha será veiculada em TVs, rádios, busdoor, folders e cartazes por todo o país.
O objetivo da campanha é sensibilizar os adultos para a possibilidade de que é possível educar sem utilizar qualquer tipo de violência. Não há qualquer pesquisa científica que comprove efeitos positivos do uso de castigos físicos contra crianças e adolescentes. Porém, há centenas de pesquisas que provam que bater, xingar, menosprezar, entre outras atitudes violentas causam danos ao desenvolvimento físico e psíquico.
“Educar e cuidar de uma criança não é fácil e requer paciência, atitude e persistência. O diálogo, o afeto, a atitude positiva e os bons exemplos são instrumentos poderosos no processo educativo”, diz Márcia Oliveira, coordenadora da rede Não Bata, Eduque. A campanha conta com o apoio da Secretaria de Direitos Humanos e do Conanda.
A Rede Não Bata Eduque está buscando parcerias para a veiculação das peças da campanha. O spot da TV está disponível no youtube; http://www.youtube.com/watch?v=a0MRsanwx-Q , o busdoor está sendo vinculado nas seguintes cidades: Belém, Brasília, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.
Fonte: Rede Não Bata, Eduque

Nova Lei de Adoção ... Quiçá não existam mais abrigos daqui há alguns anos


O número de pessoas que desejam adotar uma criança no Brasil é quase cinco vezes maior que o de crianças e adolescentes disponíveis – são 27.298 interessados para 4.985 jovens à espera de uma nova família. A discrepância, segundo dados apurados em 10 de janeiro com base no Cadastro Nacional de Adoção (CNA), se justifica por causa da exigência que os interessados fazem com relação ao perfil da criança.  Segundo o coordenador CNA e também juiz auxiliar da Corregedoria Nacional de Justiça Nicolau Lupianhes, esse é o principal entrave ao processo de adoção.
“Na maioria dos casos, os pretendentes tem um perfil de criança desejado. Geralmente é branca, menina, com até quatro anos, que não seja portadora de nenhuma moléstia nem pertença a grupos de irmãos. Por isso, o número de pretendentes é bem maior”, destacou Lupianhes.
De acordo com o levantamento, dentre os inscritos no cadastro, apenas 34,53% são indiferentes à raça do filho (a) pretendido. Dos interessados, 91,03% manifestaram o desejo por adotar brancos. Aceitam pardos 61,12% e negros 34,28% dos pretendentes.
A maior parte dos inscritos (82,76%) tem interesse em adotar apenas uma criança. Segundo o CNA, 82,14% manifestaram o desinteresse por adotar irmãos. Outros 80,28% negam-se a adotar até mesmo gêmeos.
No que diz respeito ao gênero, 33,23% dos pretendentes manifestaram interesse por adotar meninas e apenas 9,60% desejam meninos. Aqueles indiferentes ao sexo da criança/adolescente somam 58,89% dos inscritos no Cadastro Nacional de Adoção.
Com relação à idade, a preferência é praticamente por bebês – 17,97% desejam crianças até um ano de idade; 19,90% de um aos dois anos; 20,50% de dois aos três anos; 18,32% de três aos quatro anos. Pessoas interessadas em adotar crianças com mais de oito anos somam menos de 1%.
Crianças cadastradas
Os dados do Cadastro Nacional de Adoção indicam que o perfil de muitas das crianças e adolescentes disponíveis foge ao exigido pelos pretendentes. No que se refere à etnia, por exemplo, a maior parte das crianças (45,40%) é parda. Negras somam 18,88% e brancas 34,56%.
De acordo com o levantamento, 76,85% daqueles que estão à espera de uma nova família possuem irmãos, sendo 34,44% deles com o familiar também inscrito no CNA. Ainda segundo o cadastro, 22,21% das crianças e adolescentes disponíveis registram algum tipo de problema de saúde.
Curso de preparação
De acordo com o coordenador do CNA, a edição da Nova Lei da Adoção (12.010/2009) tem contribuído para mudar o pensamento dos muitos pretendentes de que o filho adotado tem que ter traços semelhantes aos dos pais adotivos. Nicolau Lupianhes ressaltou que a construção de uma família independe de cor ou idade.
“A norma exige que o pretendente faça um curso de preparação. Isso tem sido muito bom, pois tem ajudado os interessados a mudarem as exigências do perfil, o que é salutar”, afirmou.
“Se alguém comparecer à Vara da infancia-e-juventude e não relatar exigência com relação à idade, sexo ou gênero, essa pessoa terá um filho em pouquíssimo tempo”, acrescentou Lupianhes.
O Cadastro Nacional de Adoção foi criado pelo Conselho Nacional de Justiça, em abril de 2008, para reunir informações a respeito de pretendentes e crianças e adolescentes disponíveis em todo o Brasil. O objetivo do mecanismo é tornar mais ágil o processo de adoção e possibilitar a realização de políticas públicas na área.
Fonte: Agência CNJ de Notícias